Um universo repleto de foguetes e conhecimento: primeiras pesquisas, observações e leituras
Relatório Semestral do GREI 5A -
Profas. Debora França - Suiany Sousa (Sol) - Tuanny Fernandes
“Brincar
é a mais elevada forma de pesquisa”
(Albert Einstein)
Em 20 de julho de 1969, exatamente às 23
horas, 56 minutos e 20 segundos, o astronauta americano Neil Armstrong, 38
anos, entrava para a história como o primeiro homem a pisar na lua e avistar a
terra de lá. A princípio esse tema pode parecer um pouco longe da realidade das
crianças da Educação Infantil, porém em nossa turma, um grupo de 5 anos, estudar esse assunto de
forma lúdica foi um sucesso! Sobre o ensino de ciências na Educação Infantil,
Arce (2011) nos diz:
[...] o trabalho do
professor com ciências, seja um trabalho de ensino, que objetiva a construção
de uma relação racional com o mundo sensível, que possibilite apreender,
compreender o conhecimento acumulado pela humanidade a respeito do mundo que
vivemos. (ARCE, 2011, p.83-84)
Visto
que esse fato histórico, como o próprio Neil disse foi “um pequeno passo
para o homem, mas um grande salto para a humanidade”, começamos a pesquisar
no acervo da escola e em acervos pessoais, livros que aludissem à temática
proposta. Estes se tornaram incríveis parceiros nessa nossa história, pois
através deles conseguimos abordar o tema de forma mais lúdica e didática
criando momentos prazerosos de contação de histórias que aumentaram a
curiosidade das crianças sobre o assunto. Um dos primeiros livros que marcaram
esse primeiro momento de descoberta foi “Uma viagem à Lua” de Mary França e Eliardo
França.
O livro narra uma viagem até a Lua recheada de aventuras e descobertas
sobre o espaço sideral, mostrando como é o foguete por dentro, o que despertou
o interesse do grupo pela construção de um foguete e de um painel de controle. No
fim, uma série de ilustrações com fotografias reais do universo incrementaram
este momento inicial de desbravamento do espaço, abrindo caminho para novas
leituras.
A citada obra de Mary França nos impulsionou a
trabalhar com a proposta do desenho de observação. Trouxemos imagens reais da
Lua e suas crateras, e do planeta Terra – tanto impressas como no data show.
Entendemos que o desenho de observação não deve ser uma cópia da realidade, mas
sim um desafio para que cada criança desenvolva sua autonomia e expresse de
forma particular o que está sendo observado. Algumas crianças decidiram
representar a Lua, outas o Planeta Terra, e assim surgiu nosso primeiro mural
contendo nossas primeiras pesquisas. Essas produções puderam ser vistas logo nas
primeiras semanas do ano, em exposição no mural principal da escola.
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Durante nossas rodas de
conversas, as crianças relataram em texto coletivo como foram nossas primeiras
vivências:
No primeiro dia de
aula a sala estava vazia e as professoras disseram que a gente ainda ia
construir tudo.
Começamos a estudar
sobre astronautas, planeta terra, lua e foguetes. Todos deram ideias e
sugestões para a sala como: foguete, pisca-pisca, painel de controle. Lemos
muitos livros sobre o espaço. A tia pegou coisas emprestadas sobre astronautas.
A gente fez uma
experiência sobre meteoros. O meteoro que caiu na lua formou um buraco que é a
cratera. Aprendemos que o astronauta já voou pra lua e que tem buraco negro no
espaço.
No carnaval teve o
Bloco do Espaço Sideral com roupas de astronautas e de estrela. Vimos que os
astronautas tem que usar uma roupa para se proteger e conseguir respirar. A
roupa é branca para flutuar e tem capacete.
(Trecho
de texto coletivo no Blocão)

“Temos
que colocar estrelas e lua no teto” (Anna)
“Fazer
uma festa no espaço e chamar os pais” (Jeniffer)
“Usar
papelão para fazer um foguete” (Esther)
“Pintar
a parede de preto e colar desenhos de planetas” (Jeniffer)
“Podia
comprar luzes coloridas” (Esther)
“Ter um
painel de controle com botões e volante” (Antonio)
“Nave
de brinquedo e isopor”(Jeniffer)
“Fazer
roupa de astronautas de caixa” (Anabela)
Aos poucos, a nossa sala foi
se transformando, se ambientando aos protagonistas desse espaço, por eles e
para eles. Em vez de teto e paredes, um céu cheio de planetas e estrelas. Rolo de
papel virou foguete supersônico. Brincadeiras cotidianas se uniram a pesquisa e
investigações científicas. E, onde havia crianças, surgiram astronautas prontos
para aventuras. Segundo Tiriba (2008, p.38), “do ponto de vista das crianças, não importa que a escola seja um
direito, importa que seja agradável, interessante, instigante, que seja um
lugar para onde elas desejem retornar sempre”.
Acreditamos que a estética e a ambientação da sala de aula são muito importantes e tem uma considerável
influência no comportamento e nas atitudes das crianças e das próprias
professoras. Como o planejamento é flexível, a organização do espaço também
pode ser. Por isso revisamos e observamos a movimentação das crianças pelos
cantos da sala, suas sugestões e, devido a isso, nosso espaço já sofreu várias
intervenções e modificações.
A construção do nosso canto
do astronauta contou com a confecção de um tapete utilizado para a delimitação
do espaço. No início esse canto ficava de um lado da sala, e foi mudado
posteriormente para o outro lado da sala com o objetivo de conseguir uma maior
visibilidade para o canto. Notamos com essa mudança uma maior interação das
crianças com os objetos e livros expostos, principalmente com a chegada do
painel de controle que trouxe um novo encantamento para o ambiente. Para tanto,
de acordo com Tiriba (2008):
Por fim, será
necessário buscar a parceria das crianças nas decisões sobre a organização e na
decoração da escola, pois, se as crianças são sujeitos de conhecimento e também
de desejo, se crescem e modificam seus interesses e possibilidades, também os
espaços podem ser por elas permanentemente modificados. (Tiriba, 2008, p.43)
A influência das crianças para confecção do
canto do astronauta se via através da chegada de materiais recicláveis, para a
construção desse espaço, num movimento que envolveu as famílias e os alunos sem
que tivéssemos requisitado. Com esse movimento inicial, fomos percebendo que as
crianças tinham descoberto muitas coisas e passaram a ter preocupações
científicas e tecnológicas, como a função real do painel de controle e o local
que seria reservado para o combustível, por exemplo. Com tanto aprendizado, a
meninada já estava quase pronta para construir o próprio foguete.
Tá curioso pra saber como termina essa viagem?
Em breve, novas notícias, direto do espaço sideral!!
Meu Deus, que lindeza de relato!!!! O mais bonito de tudo é ver que houve alegria nesse processo, tanto das crianças e muito mais das professoras, autoras... Parabéns pelo lindo trabalho! Débora, Sol Tuany e toda turma 5A! ❤��
ResponderExcluirParabéns a todas as professoras !! Tudo feito com capricho
ResponderExcluirQue lindo trabalho!! 👏👏👏👏👏
ResponderExcluirParabéns pela iniciativa e por ter compartilhado essa incrível experiência conosco.
ResponderExcluirParabéns pela iniciativa e por ter compartilhado essa incrível experiência conosco.
ResponderExcluirLindo trabalho" Parabéns!
ResponderExcluirParabéns pelo trabalho! Muito lindo e muito amor envolvido! Adorei! Aprendizado com prazer.
ResponderExcluirAmei o projeto, o relato... Incrível como esse trabalho transbordou amor. Parabéns a todos os envolvidos.
ResponderExcluirLuci Maria Dornelles, 24 de março de 2021 22:32
ResponderExcluirParabéns pelo lindo trabalho! Esse trabalho só foi possível porque houve uma interação entre professores e alunos.