franzia a tarde tímida lavada,
eu saía para brincar, pela calçada,
nos meus tempos felizes de menino.
Fazia, de papel, toda uma armada
e estendendo o meu braço pequenino,
eu soltava os barquinhos, sem destino
ao longo das sarjetas, na enxurrada...
Fiquei moço. E hoje sei, pensando neles
Que não são barcos de ouro os meus ideais:
são de papel, são como aqueles,
perfeitamente iguais...
Que meus barquinhos, lá se foram eles!
Foram-se embora e não voltaram mais!
Guilherme de Almeida