terça-feira, 6 de novembro de 2018

A Cultura Africana invade o GREI 4B!

O diálogo entre a Literatura Infantil e a Arte

(Relato da Professora Cristiane Nascimento)

A partir da apresentação da obra “A negra” de Tarsila do Amaral,  as crianças do Grupo de Referência 4B, junto com suas professoras, conversaram sobre as impressões a respeito da  pintura e exploraram a questão da diversidade, assunto que compõe o cenário dessa sala. 

O interesse e ao mesmo tempo as dúvidas sobre quem é negro, como também a negação da própria cor, nos motivou a explorar o tema da Cultura Africana. A partir de então, esse assunto passou a fazer parte das nossas rodas de conversas e da nossa rotina. A Literatura tem nos encantado com alguns títulos, como “A princesa Violeta”, “Os mil cabelos de Ritinha”, “Bettina”, “Menina bonita do laco de fita”, “As trancas de Bintou”, dentre outras histórias cujas personagens são negras e muito bonitas.  Cada história teve a sua importância e proporcionou o envolvimento deles com a temática, incentivando a valorização da beleza de cada um, reconhecimento de sua própria cor e elevação da autoestima.

Em parceria com os pais, foi possível realizar uma atividade com fotos das famílias de cada um, a fim de que as crianças pudessem perceber e comparar as misturas e a própria origem. “Tia, eu sou toda misturadinha! Meu pai é branquinho e minha mãe é pretinha, por isso nasci assim! A cor do pai e o cabelo da mãe!”



Por falar em cabelo, a partir dos livros  “As tranças de Bintou” e “Bettina” conversamos um pouco sobre a história das trancas afro, principalmente a Nagô e seus significados. Aqui no Brasil e em outros países da América Latina como a Colômbia, no período da escravidão elas foram usadas de maneira muito inteligente, como forma de comunicação entre os negros. As mulheres negras tinham o costume da trançar seus cabelos e faziam os mapas na cabeça umas das outras, desenhados com as tranças para encontrar o caminho nas fugas para os quilombos. A simbologia da resistência também é muito forte nas tranças nagô. (http://laspretas.com.br/trancas-nago-as-trancas-de-raiz/)


Dessa forma, propusemos uma atividade em que pudéssemos incentivar a “Arte da trança”. Ensinamos as crianças a fazerem tranças com tecidos e convidamos algumas pessoas para essa tarde especial, como um cabelereiro profissional com experiência nesse tipo de penteados, professoras de outros Greis, funcionários da escola e a mãe de uma aluna.

Nossa atividade foi um sucesso!!! As crianças adoraram os penteados realizados e o objetivo de se reconhecerem bonitas e de aceitarem seus cabelos do jeito que são foi alcançado.








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